13º Publicação - Outsourcing
Nas minhas duas anteriores publicações, partilhei convosco as vantagens e desvantagens de ter o vosso departamento de contabilidade suportado pêlos Vossos próprios quadros e, adicionalmente, sobre a noção de materialidade de um contabilista versus a de um Controller ou Director Financeiro.

Normalmente, as Organizações têm pessoal qualificado para proceder à facturação e às respectivascobranças, assim como o processamento salarial. o contabilista apenas terá que ter o cuidado da integração destes documentos no módulo de contabilidade.
No que se refere ao registo de facturas e outros documentos de terceiros, terá que existir um profissional dentro da Organização que recolha os documentos dos fornecedores para que a empresa que presta os serviços, em regime de outsourcing, proceda uma a duas vezes por mês ao registo dos mesmos. isto para não dizer aquelas empresas que têm módulos de registo destes documentos e na qual o contabilista apenas se concentra na sua correcta integração na contabilidade.

O módulo da contabilidade é o que oficialmente vale, mesmo que não se tenha integrado correctamente os documentos atrás mencionados. os ERP´s têm normalmente um relatório que menciona todos os erros acontecidos quando na integração na contabilidade e apossibilidade de corrigir os erros e, posteriormente, verificar as causas de tais erros e corrigir as respectivas parametrizações.
Votando à questão da Contabilidade em regime de outsourcing, estas empresas
têm a vantagem de estarem sempre actualizados em relação às actualizações
necessárias em regime SNC, pois têm um planeamento de formação, que até é
obrigatório segundo a sua Ordem e, simultaneamente, representarem um custo mais
baixo em relação ao custo de ter um ou mais contabilistas dentro dos quadros de
uma Organização.
Estes normalmente
organizam a informação de forma que lhes possa facilitar os reportes fiscais
obrigatórios, limitando a informação de gestão necessária para que a liderança
de uma Organização possa tomar as decisões correctas em tempo útil, o que para
mim não deve ultrapassar os 15 dias úteis do mês seguinte.
Normalmente, as
empresas de caracter familiar, conhecidas no nosso tecido empresarial como PME,
são pessoas que têm uma natureza comercial. Acreditam que o mundo
empresarial depende do volume de vendas e que a gestão financeira é baseada em
se a empresa apresenta lucros ou prejuízos contabilísticos, não olhando para o
pormenor e para a composição dos seus proveitos e custos e de todos os riscos
associados ao mesmo.
Adicionalmente,
estas empresas não estão preparadas para analisar a evolução das suas contas de
balanço como um todo, ou seja, o seu Prazo médio de recebimentos (PMR) ou de
pagamentos (PMP), como estão o seu nível de investimento em stocks, e o risco
associado a estes três itens do balanço, na qual, além do lucro gerado, têm uma
importância capital na geração de cash para a empresa poder, ou não, suportar o seu
negócio no futuro.
Uma empresa em
regime de outsourcing pode até alertar a gestão para estes factos, mas as
decisões como as poder rectificar, normalmente as deixam para os Gestores.
Está errado?
Não, apenas é como
funcionam a maioria das empresas de contabilidade, em regime de outsourcing em
Portugal.
Por isso é
necessário ter um Controller ou Director Financeiro, para que possa efectuar a
ponte entre o que os contabilistas processam, o seu respectivo timing e o que a
liderança de uma Organização necessita para tomar as suas decisões em tempo
útil.
Normalmente as
empresas de contabilidade andam ao ritmo das entregas obrigatórias de IVA, ou
seja, dois meses de atraso ao que eu considero necessário.
Porquê?
Porque passado dois meses continuamos a
tomar decisões com base numa informação que poderá não estar correcta, como o
correcto preço de venda em relação ao preço de custo dos produtos ou do custo
da sua produção, o volume de negócios possa ter crescido mas não se conseguiu
analisar o nível de investimento que efectuámos em créditos cedidos aos
clientes e o seu estrangulamento na tesouraria para fazer face aos compromissos
com os fornecedores e todos os riscos associados à falta de informação em tempo
útil.
Toda a gente não
sabe de tudo, como por exemplo, eu como Controller e/ou Director Financeiro sei
definir o que é necessário na parametrização dos nossos ERPs, mas é impossível
de conhecer todos os ERP´s que existem no mercado, mas tenho conhecimento dos
processos administrativos, das questões associadas com o SNC, IFRS e até
USGAAP, necessitando dos técnicos de informática para me ajudar a entender como
se consegue os parametrizar, pois cada sistema seja os de médio porte, como
seja o Primavera, os do CEGID, PHC e outros, como seja os de grande porte (
Oracle, SAP, JD Edwards, etc) têm as especificidades e necessidades de
parametrização técnica.
Sei as
necessidades dos contabilistas, nomeadamente das questões fiscais que têm de
reportar, como seja o SAFT mensal, o IVA mensal, os impostos a serem calculados
em IRC e IRS e tenho a visão de orientar uma organização financeira para os
objectivos projectados péla liderança de uma Organização.
Outra grande vantagem
é de não ter um custo fixo elevado com a operação de contabilidade e, simultaneamente,
ter a vantagem de não ter que se preocupar com a formação destes técnicos e,
simultaneamente, não ter que se preocupar com a sua evolução de carreira, pois
estes se encontram numa pirâmide paralela à vossa Organização.
Uma desvantagem é
de não controlar a satisfação dos técnicos que trabalham consigo em regime de
Outsourcing e quando se está já habituado a trabalhar com um técnico, este, por
motivos alheios à tua Organização, decide sair da empresa de outsourcing e muitas vezes
tem de se ajustar ao novo técnico nomeado pela empresa de Outsourcing.
Claro que estas
desvantagens é possível de minimizar tendo uma pessoa como eu a implementar
processos que não só satisfaçam os objectivos da empresa, mas, simultaneamente, possam satisfazer as necessidades do nosso fornecedor de Outsourcing.
Amanhã
partilharei a vantagem do prolongamento da contabilidade em regime de
Outsourcing para o Insourcing.
Vemo-nos amanhã
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