12ª publicação - Noçoes de Materialidade

  



Ontem, na minha publicação, mencionei as vantagens e desvantagens de ter o Departamento de contabilidade suportado quadros internos da Organização.

Antes de entrar na segunda hipótese, ou seja, a montagem do Departamento em regime de Outsourcing, gostaria de mencionar uma coisa, a diferença muitas vezes entre um Contabilista e um Controller ou Director Financeiro, tem haver com a noção de materialidade de um profissional e de outro.



Enquanto a contabilidade tem a visão de materialidade concentrada no “Tostão”, normalmente a Direcção Financeira e a liderança das Organizações tem a noção de materialidade concentrada nos milhares. Este aspecto tanto é verdade para contabilistas em regime de Quadros nas Organizações como em regimes de Outsourcing ou Insourcing.

Este facto deve-se muitas vezes, em regimes de Multinacionais, aos sistemas de reporting na qual quando existem problemas de arredondamento, pois estes são normalmente efectuado em milhares.

Um contabilista, que também tenha a responsabilidade de reporting, só estará satisfeito se as diferenças dêem zero, ou seja que o Activo seja igual ao Passivo mais a Situação Líquida, ou que o Resultado líquido da operação seja igual ao Resultado líquido da situação Líquida.

Ora quando estamos a falar de “tostões” e os convertemos em milhares é necessário ter a abertura e flexibilidade de abertura para saber que existirão diferenças e que teremos de ter a Capacidade de Decisão, de saber onde faz mais sentido arredondar o número para que o todo faça sentido, sem que se tenha de perder uma noite de sono à procura das diferenças.

Este é um caso por mim vivenciado, na qual um profissional perdeu uma noite de descanso, numa formação de uma nova ferramenta de reporting, devido a ter encontrado uma diferença de 2 a 3 K entre as contas Activas e passivas de balanço.

É neste sentido que uma Direcção ou Controller Financeiro, apesar de dever estar sempre preocupado com os detalhes, consegue também incluir a proatividade de conseguir a noção da materialidade e ajustar o que é necessário de forma que possamos cumprir os timings e suas metas, pois, no caso das multinacionais e por vezes grandes grupos económicos portugueses, apenas estarão focados nos grandes números para que possam tomar decisões em tempo útil.

Sei que esperavam, nesta publicação, de saber as vantagens e desvantagens de ter o departamento de contabilidade em regime de outsourcing, mas acredito, devido a este meu parêntesis sobre noção de materialidade terá de ficar para a minha próxima publicação.

Votos que tenham gostado desta minha publicação e que possam partilhar as vossas opiniões sobre este tema que muitas vezes permite que não possa haver uma conversação fluída entre o Departamento de contabilidade e a liderança de uma Organização.

Vemo-nos amanhã

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